A data oficial da independência do Brasil, 7 de setembro de 1822, pode ser contestada?. Esta, em verdade, é a data do acordo, em família, para que Pedro de Alcântara obtivesse um reino para si, como era usual entre as famílias imperiais desde há muito, em que algum soberano tratasse de conseguir um reino para seu filho, sua filha ou algum amigo especial. Existe uma data mais aceitável, do ponto de vista histórico, como sendo da verdadeira e real independência do Brasil: 15 de dezembro de 1815, quando D. João elevou o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal, com soberania de país livre, ligado comunitariamente com Portugal. Aliás, enquanto a família real permaneceu no Brasil, na vigência do Reino Unido, a situação se inverteu e Portugal é que passou a ser colônia do Brasil. Esta situação do Brasil Reino Unido a Portugal não teve volta para a categoria de colônia e, em 1822, D. Pedro, por recomendação do próprio D. João, príncipe regente (ainda não havia sucedido D. Maria I), apenas decretou a separação do Brasil do Reino Unido a Portugal (uma espécie de "brexit" tupiniquim). A recomendação foi nestes termos: "Meu filho, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros". A frase de D. João fala em separação e não em independência, considerando que o Brasil já era um reino unido (ou membro de um reino unido) e, por que não dizer, soberano. Defendo esta tese. (Palavras-chave: História do Brasil, Independência do Brasil, D. João VI, D. Pedro I, Pedro de Alcântara, Reino Unido a Portugal, Reino Unido.
Também, a capital do Reino de Portugal era Rio de Janeiro, se houve ruptura, alguma forma de "brexit" em relação ao Reino Unido a Portugal, significa que não havia a possibilidade de o país voltar a ser colônia, o que nunca foi, pois foi sempre uma dependência do reino. Logo, a História do Brasil, é o própria História de Portugal, ou, pelo menos, faz parte dela como parte mesmo.
Concluindo, no livro Breve História de Portugal (A. H. de Oliveira Marques, 7 ed. Lisboa: Presença, 2009. p. 424) consta:
“Em 1815, o passo decisivo e inevitável no campo político-administrativo teve de ser dado: o Brasil deixou a condição de colônia, sendo elevado à categoria de reino, com suas instituições próprias. Seguindo o modelo inglês, criou-se o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, com igualdade recíproca de direitos e deveres. As capitanias foram abolidas e substituídas por províncias, à maneira europeia. Leis sucessivas tenderam a pôr fim a todos os atributos coloniais e a estabelecer no Brasil uma réplica do Portugal independente”.
Se isto não é independência e emancipação como Estado, então eu não sei o que é independência. São Paulo, transparece dos fatos, roubou a cena da independência criando a farsa do Ipiranga. O quadro de Pedro Américo foi encomendado 70 anos depois.
Para o respeitado historiador José Honório Rodrigues "Parafraseando José Clemente se pode escrever com inteira razão que a Independência á glória fluminensse" (in: Independência: revolução e contra-revolução, 1975, p.13).
Me parece que o grito do Ipiranga foi criado 70 anos depois do rompimento com Portugual, a partir do quadro, sob encomenda de São Paulo, de Pedro Américo.
O que existe no Museu do Ipiranga? confesso que pretendo conhecer e irei ainda conhecer, somente para saber o que têm de concreto lá, como prova do grito do Ipiranga, de antes da pintura sob encomenda, de Pedro Américo.
Uma invenção tipicamente tupiniquim: a memória nacional, para substituir a história. Coisa típica do Grande Irmão do 1984 de George Orwell.
Memória nacional é, não somente em minha opinião, como um armário de bugigangas. As bugigangas são fatos isolados, geralmente desconexos, sobre os quais a mídia cria artificialMente suas narrativas para justificar qualquer coisa.
BIBLIOGRAFIA. HERMIDA, Antonio José Borges. Compendio de História do Brasil. 49 ed. Cia Editora Nacional, São Paulo, 1965. FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. 2 ed. Edusp, São Paulo, 2006. MARQUES, A. H. de Oliveira. Breve História de Portugal. RODRIGUES, José Honório. Teoria da História do Brasil, Filosofia e História, e Independência: revolução e contra-revolução, 1975.